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Resenhas de artigos 

Wagner, Katia Jakovljevic Pudla et al. ASSOCIATION BETWEEN BREASTFEEDING AND OVERWEIGHT/OBESITY IN SCHOOLCHILDREN AGED 7-14 YEARS. Revista Paulista de Pediatria [online]. 2021, v. 39 
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aleitamento materno
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   A obesidade e o sobrepeso na infância podem ser causados por muitos fatores, sendo eles tanto biológicos como ambientais. Entre os mais comuns estão a má alimentação, genética, sedentarismo e variações hormonais, por exemplo. Em contraposição a todos esses fatores, o Aleitamento Materno (AM) se torna um fator de proteção muito importante quando se fala em prevenção à obesidade na infância. É sobre isso que trata o trabalho de Wagner e colaboradores. Os autores realizaram um estudo transversal sobre a associação do AM com sobrepeso e obesidade na infância, realizado com escolares de 7-14 anos em Florianópolis, Santa Catarina. 

   Deste estudo, participaram 2.506 escolares escolhidos por conglomerado, divididos em dois grupos etários, sendo eles 1.531 dos 7-10 anos e 975 dos 11-14 anos. Dentro do estudo, foram escolhidas diversas variáveis como escolaridade materna, idade da mãe e outras. Nesta resenha, destacamos duas variáveis, o AM e sua duração e a prevalência de  obesidade. Os participantes de cada faixa etária foram distribuídos nos seguintes grupos: aqueles que não foram amamentados (6,6%), os que foram amamentados por pelo menos 6 meses (33,5%) e os que foram amamentados por 7 meses ou mais (60%). Em relação à obesidade e ao sobrepeso, foi observada uma prevalência total de 34,2% entre os escolares, sendo que 36,7% foi na faixa-etária dos 7-10 e 29,8% na dos 11-14. Analisando ambas variáveis reunidas, tivemos que menor chance de sobrepeso foi observada em crianças que haviam sido amamentadas, porém essa associação não foi encontrada no grupo etário dos adolescentes. 

   Com tudo que foi mostrado no estudo, foi comprovado cientificamente o efeito protetor que o aleitamento materno tem sobre a obesidade. Isso ocorre por diversos fatores. Um deles é que o leite materno tem quantidade de nutrientes próprios e suficientes para as crianças, o que é diferente no uso de fórmulas ou leite de vaca que aumentam a ingestão de calorias dos lactentes, não favorecendo o desenvolvimento futuro de hábitos alimentares saudáveis. Consequentemente, induzem o aumento da gordura corpórea ao longo dos anos e o desenvolvimento de obesidade/sobrepeso. Outro fator é que o leite materno tem hormônios como insulina, adiponectina, obestatina e resistina, responsáveis por regular o apetite, melhorar o metabolismo de lipídeos e carboidratos e modular o desenvolvimento da gordura e da massa corporal magra infantil. Foi observado também que adolescentes que foram amamentados por menos de 6 meses tinham níveis mais baixos destes hormônios. Por isso, quanto maior a duração do AM maior o efeito protetor sobre o desenvolvimento da obesidade ou do sobrepeso. 

 

   Por fim, não podemos deixar de citar a importância das ações de incentivo ao AM no Brasil, como a Estratégia Amamenta e Alimenta Brasil lançada em 2013 a fim de incentivar as unidades públicas de saúde a proteger e incentivar o aleitamento materno como alimentação complementar e saudável. Ações como essa fortalecem o vínculo usuário-sistema de saúde e trazem diversos benefícios ao binômio mãe-bebê a curto e longo prazo, além de ser de extrema importância na proteção à obesidade/sobrepeso na infância. 

 

Alguns conceitos importantes:

 

Estudo transversal: O estudo observacional transversal realiza a análise de dados qualitativos ​​coletados ao longo de um determinado período de tempo. 

Conglomerado: Um método probabilístico em que a população é dividida em grupos com base em sua localização geográfica. 

Prevalência: Número de casos existentes em uma população que determinará se um evento (como a obesidade) ocorre muito ou pouco.

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