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Resenha de artigo

LINARES, Jeannette et al. Os efeitos do IMC pré-gravidez e de fatores maternos no momento do rebote da adiposidade na prole. Obesity, v. 24, n. 6, p. 1313-1319, 2016.

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Os efeitos do IMC pré-gravidez
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    Você já chegou a se questionar se os hábitos alimentares dos pais podem impactar na saúde dos filhos? Já se perguntou se a qualidade da alimentação dos seus pais pode influenciar em possíveis doenças futuras? Pois nesta resenha vamos explicar um pouco sobre o peso pré gestacional da mãe e a influência sobre o metabolismo de seus filhos. 

    O estudo científico publicado no jornal
Obesity, da The Obesity Society, “The effects of pre‐pregnancy BMI and maternal factors on the timing of adiposity rebound in offspring”, realizou uma pesquisa com 554 mães chilenas, onde foi avaliado o IMC (índice de massa corporal), ganho de peso na gestação e a associação com o desenvolvimento de adiposidade dos filhos. Os autores, em sua grande maioria mulheres, tinham como hipótese que o IMC materno e o ganho de peso durante a gestação influenciam no risco de obesidade infantil de formas diferentes. 

    No artigo os autores mostram que o IMC da mãe pode afetar no momento do rebote da adiposidade da criança pois o organismo materno envia mensagens sobre os seus hábitos para o bebê, adaptando-se a eles. O rebote da adiposidade consiste na mudança do padrão de ganho de peso, que geralmente ocorre em torno dos 6 anos de idade. Antes desse período, as crianças normalmente permanecem magras até ganharem peso de forma mais ou menos constante até a vida adulta. Quanto mais precocemente acontecer o rebote maiores são as chances de desenvolverem riscos cardiometabólicos na infância. Então, o IMC materno elevado, antes mesmo da gestação, aumenta o risco da criança apresentar obesidade infantil. 

    A obesidade materna acaba sendo um fator estressante para o bebê, ainda dentro do útero. E ninguém consegue viver em um ambiente diferente sem se adaptar, não é? Essa adaptação pode ser tão profunda a ponto de provocar mudanças na expressão de alguns genes, fazendo com que a criança apresente características diferentes daquelas naturalmente decorrentes apenas do seu
genótipo. Chamamos isso de regulação epigenética. Essas alterações que alguns genes sofrem na vida intra uterina podem estar associadas ao ganho de peso precoce na infância. 

    Os autores dizem também que o elevado IMC materno pré-gestacional  é ainda mais decisivo na obesidade infantil da prole do que mesmo o ganho de peso na gestação. E além disso, que a idade avançada e a menor paridade também são fatores de risco para o aumento da adiposidade precoce da criança. Por isso, são destacadas a importância do controle de peso antes e durante a gestação, da atenção às mulheres mais velhas e às primeiras gestações. Então, se você deseja engravidar e está acima do peso, que tal começar a melhorar seus hábitos para ter uma gravidez e um bebê mais saudáveis? 

    Ficou com alguma dúvida? Quer mandar alguma sugestão de conteúdo para as próximas publicações? Escreva no nosso chat, estamos disponíveis para vocês!

    Alguns conceitos importantes:


IMC: calculamos o IMC dividindo o peso (em kg) por altura ao quadrado, assim encontramos o índice de massa corporal. 
Genótipo: o genótipo de um indivíduo é definido pela composição de seus genes, ou seja, material genético.
Epigenética: a epigenética é o estudo das mudanças de expressão que ocorrem no nosso material genético.

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