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Resenha de artigo

AN, Ruopeng. Projetando o impacto da pandemia da doença coronavírus-2019 na obesidade infantil nos Estados Unidos: um modelo de micro-simulação. Journal of sport and health science, v. 9, n. 4, p. 302-312, 2020.

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Projetando o impacto
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        Em março de 2020, a Organização Mundial da Saúde declarou que o mundo se encontrava em uma pandemia. Respeitando as medidas de isolamento social, que estamos carecas de escutar, tivemos que adaptar alguns hábitos para evitar a propagação do coronavírus. Dentre tantas mudanças em nossas vidas, uma delas foi o fechamento das escolas para as crianças. Mas já nos questionamos qual o impacto dos pequenos não irem às escolas? Teria algum prejuízo para a saúde deles?

          Em 2017-2018, nos Estados Unidos, aproximadamente 13,7 milhões de crianças entre 2 e 19 anos eram obesas. Na diretriz internacional, de
The Physical Activity Guidelines for American, temos que a recomendação diária de atividade física para as crianças é de 60 minutos ou mais, de forma moderada/rigorosa. Porém, ¾ dos pequenos não seguem as recomendações e quase metade ultrapassam em 2 horas comportamentos sedentários - como mexer em excesso no celular. Os cientistas e profissionais da saúde consideram este comportamento um risco pois favorece o desequilíbrio de energia e ganho de peso nessa fase tão importante. Assim, qual é a relação entre isolamento e obesidade?

       Tendo em vista a necessidade de conscientização sobre a obesidade infantil, nesta resenha vamos falar de um estudo realizado nos Estados Unidos, publicado no jornal
Sports and Health Science, da Science Direct, “Projecting the impact of the coronavirus disease-2019 pandemic on childhood obesity in the United States: a microsimulation model”, que contou com a participação de 15.631 alunos de escolas públicas e privadas, que estavam sendo acompanhadas do jardim de infância (5 - 6 anos) até a 5ª série (11 anos). 

      Visto que 95% da população Norte Americana estavam em isolamento social, a ideia central do artigo é simular quanto o isolamento iria impactar na obesidade infantil e projetar sua trajetória em resposta à pandemia. Para entender melhor os resultados e comparar com tempos sem pandemia, o autor montou quatro cenários que relacionam a mudança do
IMC e o tempo de fechamento das escolas. Os cenários ficaram da seguinte forma: 

       1. 2 meses de escolas fechadas;
       2. 2 meses de escolas fechadas + 10% a menos de atividade física para as crianças;
       3. 4 meses de escolas fechadas + 10% a menos de atividade física para as crianças;
       4. 6 meses de escolas fechadas + 10% a menos de atividade física para as crianças.

      Sem a pandemia, cenário em que as crianças teriam liberdade para frequentar parques e fazer atividades com outras crianças, como ir à escola, o IMC teve um aumento de forma gradual e esperada para a idade. Com a pandemia, cenário em que as crianças passaram mais tempo em casa devido às restrições para sair, o IMC teve um aumento de forma irregular e mostrou-se mais elevado do que no cenário sem pandemia. Desse modo, o cenário pandêmico atual ajuda para que cresçam os números de obesidade infantil.

       Claro que a
prevalência de obesidade infantil não foi igual para todos que participaram do estudo! Os meninos tiveram resultados um pouco maiores do que as meninas, e as raças também sofreram um impacto diferente. Mas é importante lembrar que nem todas as crianças vão reagir da mesma forma pois tem-se uma influência externa, por exemplo a alimentação da família, qualidade do sono, nível de ansiedade, entre outros.

       É alarmante o quanto esses dois temas tem relação, não é mesmo? Por isso precisamos nos atentar aos hábitos que nossas crianças têm dentro de casa. Os pais, irmãos, avó/avô, tios/tias, professores, profissionais da saúde, qualquer um pode ajudar incentivando brincadeiras ativas e optando por uma alimentação equilibrada. Dentro de casa começamos a construir uma visão de mundo melhor, que tal pensar nisso aí também? 

       Ficou com alguma dúvida? Quer conversar mais sobre o isolamento social ou mandar alguma sugestão de conteúdo para as próximas publicações?
Escreva no nosso chat, estamos disponíveis para vocês!

   Alguns conceitos importantes:

 
 IMC: calculamos o IMC dividindo o peso (em kg) por altura ao quadrado, assim encontramos o índice de massa corporal. 

   
Prevalência: número de casos existentes em uma população que determinará se um evento (como a obesidade) ocorre muito ou pouco.

   
Raça: divisão tradicional e arbitrária dos grupos humanos, determinada pelo conjunto de caracteres físicos hereditários.

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