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Resenha de artigo

Kirk SFL, Ramos Salas X, Alberga AS, Russell-Mayhew S. Canadian Adult Obesity Clinical Practice Guidelines: Reducing Weight Bias in Obesity Management, Practice and Policy. Available from: https://obesitycanada.ca/guidelines/weightbias. Accessed: september, 2021.

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reducing weight bias
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     Você já ouviu falar em “diretriz” ou em “protocolo”? Algo relacionado a um guia para realização de um serviço, principalmente dentro do setor da saúde? Pois bem, as diretrizes consistem em conjunto de recomendações técnicas, formuladas por pesquisadores, que servem como um parâmetro voltado para um problema específico. No Brasil, por exemplo, temos as diretrizes elaboradas pelo Ministério da Saúde.

     Hoje vamos conhecer um pouco melhor uma Diretriz do Canadian Adult Obesity Clinical Practice, da associação Obesity Canada, sobre “Reduzindo o preconceito de peso no manejo, prática e políticas de obesidade”. As autoras têm como objetivo refletir sobre o preconceito, estigma e discriminação dos individuos com obesidade e também como isso influencia no seu desenvolvimento, diagnóstico, gestão e prevenção.

     Vamos deixar claro que, o que queremos exemplificar com preconceito, estigma e discriminação está vai de encontro com as atitudes negativas, que pode ser explicíta ou implicíta, relacionada com o peso.

     Começaremos a dialogar com as pessoas formuladoras de políticas públicas. Mas, por que isso é tão importante? Pois são esses indivíduos que irão pensar e propor mudanças em nossa sociedade de acordo com um objetivo específico. Para isso, refletir sobre suas próprias crenças relacionadas à obesidade é muito importante. As pesquisadoras destacam um conjunto de itens que precisam ser pensados por estes profissionais - e claro, por todos da sociedade - :

     - não se deve responsabilizar o indivíduo, por isso o peso isoladamente nunca deve ser um alvo para a mudança de comportamento;
     - os serviços de saúde e o seu atendimento devem ser um local seguro e respeitoso para todos, assim promover a acessibilidade é um passo para que se tenha qualidade no atendimento;
     - ao promover uma política pública, é essencial que não se use imagens ou linguagens que reforcem o estigma da obesidade. Lembrem-se, um dos objetivos é não envergonhar ninguém!

     Uma péssima qualidade de atendimento pode levar a experiências ruins que podem prejudicar o bem-estar da pessoa obesa. Imagina só, ao procurar um serviço de saúde receber um tratamento diferente por você ser você? Horrível! Por isso, precisamos falar sobre como o preconceito afeta a qualidade de vida das pessoas. Olha só, 44% da população possuem uma visão negativa sobre si mesmo porque as outras pessoas as tratam de maneira diferente!

     Cerca de 40% dos adultos obesos relatam ter passado por alguma situação de preconceito e também a discriminação aumentou 66% na última década. Ahhh, e essas situações também está ligado com um incentivo menor de praticar atividade física, podendo ainda, levar a episódios de compulsão alimentar devido a ansiedade causada pelo meio externo. Chocante, não é mesmo?

     Existem diversas consequências físicas, psicológicas e
psicossociais. Ainda não está totalmente esclarecido para os cientistas como a discriminação pode contribuir para a mortalidade mas alguns estudos já apontam o comportamento sedentário - por sentirem julgados ao praticar -  e compulsões alimentares - oriundos da ansiedade - como possíveis causas.

     Agora que falamos sobre como essas ações impactam diretamente nos indivíduos obesos, o nosso próximo questionamento é: o que podemos fazer para prevenir o preconceito, estigma e discriminação? 

     É fundamental ter em mente que ninguém é obeso porque quer. Existem um montão de fatores que contribuem para isso e alguns deles são: os genéticos, como a predisposição; ambientais, como onde estuda/trabalha; sociais, onde mora e etc. Além disso, as estratégias de saúde pública não devem culpabilizar o indivíduo, mas sim promover a sua participação de forma respeitosa, como inserindo macas hospitalares de tamanhos maiores.

     Por fim, as autoras finalizam reforçando a necessidade de mais pesquisas serem realizadas para entender melhor o impacto e os efeitos negativos do preconceito, estigma e discriminação das pessoas obesas. 

     Então, sabendo que nosso grande tema de trabalho é a obesidade infantil, gostaríamos de enfatizar que os pais de crianças obesas não são os responsáveis disso, ok? E nós, enquanto sociedade, necessitamos ter empatia com o outro e respeitar as diferenças, afinal, ninguém é igual a absolutamente ninguém!

     Adoramos falar sobre esse tema tão necessário com vocês! Se possuem alguma dúvida ou querem conversar sobre, estamos disponíveis nas redes sociais. 

     Um conceito importante:
 
     
Psicossociais: relação entre o convívio social do ponto de vista da psicologia.

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